Este é um relato da nossa viagem ao Egito, que foi feita no período de 29 de dezembro de 2008 a 10 de janeiro de 2009.
O Steve já tinha estado algumas vezes naquela região especialmente para mergulhar, já que o Mar Vermelho é considerado um dos melhores lugares do mundo para mergulho. Como eu também queria ter esse mergulho no meu (brevíssimo) currículo de mergulhadora, resolvemos que nosso roteiro começaria com uma estada no Mar Vermelho, mais especificamente em Hurghada.
O restante do roteiro foi determinado em razão da conveniência de transporte a partir de Hurghada. Dessa forma, resolvemos começar o cruzeiro pelo Nilo em Luxor, por estar mais próximo. Fizemos o percurso Hurghada – Luxor de carro, em uma viagem de cerca de 3 horas numa estrada cercada de deserto por todos os lados.
O nosso passeio pelo Nilo começou em Luxor e terminou em Aswan. Outro lugar que eu sabia que tinha de ir (e fui e recomendo) é Abu Simbel, a cidade mais ao sul do Egito, já perto do Sudão, onde se encontra o maravilhoso Templo de Ramsés II. Fizemos um “bate-volta” a Abu Simbel a partir de Aswan. De lá, voamos para o Cairo, onde passamos os dois últimos dias da viagem.
Em grupo ou independente?
Em princípio, sempre optamos por formas mais independentes e menos empacotadas de fazer turismo, mas no Egito achamos melhor revermos este conceito. Não que seja impossível conhecer as atrações todas sem fazer parte de um grupo, mas pelo que tinha lido, isso requer um certo desprendimento e capacidade de abstração que eu e o Steve não temos. Ou então muito planejamento. Achei interessante este depoimento do Ricardo Freire (guru para assuntos de viagem):
“Como ninguém precisa ver as pirâmides ou entrar na tumba de Tutancâmon mais do que uma vez em cada encarnação, o turista vira um cachorrinho num campo minado de pulgas. E o pior é que, além de coçarem, as pulgas querem pagamento — baksheesh — por toda sorte de desserviços prestados, tipo por exemplo te chamar num cantinho da tumba de um Ramsés qualquer e informar: Sarcofagus! Very old!” (Postais por escrito, 1998)
Parece exagero, mas não é. O assédio ao turista é tamanho e tão frequente que é duro de aguentar. Então, para evitar as pulgas, resolvemos optar por um dos cruzeiros no Nilo e visitar os principais pontos turísticos da região acompanhados de um guia. Para nós, achamos que foi uma boa escolha e mesmo quase um ano depois acho que não faria diferente.
Cruzeiro no Nilo?
Existem opções para todos os bolsos e gostos, mas o percurso é o mesmo. Ou você vai de Luxor à Aswan ou ao contrário, em cruzeiros de 3, 4 ou 7 noites. O navio será seu hotel, e também onde são feitas todas as refeições. Para cada grupo de 10-15 pessoas há um guia – seu próprio “egiptólogo” – que acompanha o grupo a todas as atrações. Não há muita variação em termos de lugares visitados, todos seguem o mesmo roteiro e visitam as atrações mais óbvias: saindo de Luxor, parada em Edfu, Kom Ombo e final em Aswan. Todos os cruzeiros oferecem também “programação” noturna que inclui jantar com o comandante, festa à fantasia (mas não é obrigatório comparecer!) e shows de dança do ventre e folclore núbio.
Escolhemos este navio, o Sonesta Moon Goddess, que nos pareceu confortável, com alimentação de qualidade razoável, um preço que cabia no nosso orçamento e a data de saída de Luxor era exatamente a que precisávamos. Gostamos, o navio não decepcionou em nada (aliás, a surpresa boa foi que a comida foi bem melhor do que esperávamos). O guia era um estudante do Cairo que fazia este trabalho nos meses de férias. É claro que ele nos levou a lojinhas de papiros e de alabastro que não estavam propriamente no programa, mas que renderia a ele algumas comissões. Tudo bem, faz parte.
Quando ir, o que levar, etc.
Fomos em janeiro porque é o período que tiramos férias e estaríamos na Inglaterra para o Natal. A temperatura estava super agradável, fazia até um friozinho de manhã. Acho que não passou dos 30 graus em nenhum dia. Parece que até março ou abril o calor ainda é suportável, mas nos meses do verão (deles) deve ser difícil encarar os passeios sob o sol de 40 – 45 graus. Sempre que voltávamos para o barco, nos ofereciam toalhas úmidas para passar no rosto e um suco de limão quente, que – dizem – é bom para matar a sede até que seu organismo volte à temperatura normal.
O que não pode faltar na mala: sapato (fechado) confortável. Os templos são todos na areia (afinal, estamos no deserto), então seus pés ficam bem sujinhos se estiver de sandália. Outro item importante: um xale (pode ser comprado lá, uma das muitas coisas que te oferecem são xales lindos), pois mesmo no verão os lugares com ar condicionado são frios. E não se esqueça de um chapéu com abas.
Também é bom ter sempre em mãos notas de valor pequeno para dar de gorjeta: o famoso baksheesh que todo mundo vai te pedir. E um livrinho básico relacionado à história do Egito ou às descobertas dos arqueólogos, ou mesmo Agatha Christie (Morte no Nilo) também vai muito bem!
Próximos capítulos
Muitas fotos e relatos mais detalhado sobre os lugares que visitamos. Até!
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